domingo, 1 de setembro de 2013

Penhasco

O homem estava exausto
pendendo de um lado ao outro
no implacável cume do desfiladeiro.

Cair, escutar o sussurro do vento
Padecer e ser absorvido pelo abismo

Morrer.

Um poeta maldito cansado das conversas do mundo
Do conforto monótono que sentia,
Fez-se o que era esperado, caiu.

A poesia de sua queda foi lúcida
Terminava no escuro.

E desta vez, podia escrever.
E escrevia por quê?
Escrevia porque podia.
Escrevia porque essa era sua sina.

(Giuseppe Neto)


Nenhum comentário:

Postar um comentário