Era noite de julho e estavam todos sentados.
Uns cantavam Aznavour, outros declamavam Rimbaud
e todos brilhavam no sarau da rua das luzes.
Esqueciam a miséria de seus mundos e
entupiam suas barrigas vazias de vinho.
Havia importância em suas vozes,
ainda que fôssemos meros lampejos do passado (morto).
Quem haveria de crer na amargura e no inferno?!
(Quem haveria? )
Quando estavam todos cercados por deuses
Quando estavam todos cercados por deuses
que criavam um ninho e ao menos uma vez por semana,
amavam a vida!
Dedos delicados e afoitos retiniam nas cordas,
um rouxinol dançava pela fumaça.
No palco alguém a palrar, estavam entorpecidos,
e todo o mel do mundo era consumido em seus copos.
Amigos, camaradas, Vejam bem!
Pois a centelha há de brilhar para sempre.
Que esta semente hereditária decante em nossos âmagos
Eternamente.
E nós que somos a pária sem glória,
Observamos nossos irmãos cansados
através da mesma dúbia névoa da qual os deuses os vêem.
Amanhecia nublado em julho.
E figuras dançantes buscavam suas casas,
em seus rostos, o mais terno brilho que há.
Amigos, camaradas, Vejam bem!
Pois a centelha há de brilhar para sempre.
Que esta semente hereditária decante em nossos âmagos
Eternamente.
E nós que somos a pária sem glória,
Observamos nossos irmãos cansados
através da mesma dúbia névoa da qual os deuses os vêem.
Amanhecia nublado em julho.
E figuras dançantes buscavam suas casas,
em seus rostos, o mais terno brilho que há.
Giuseppe Neto