domingo, 1 de setembro de 2013

O vigia

Empoleirado, com um olhar impertinente
Vestido de penumbra, 
Com os olhos vermelhos, cheios de eternidade
Observava atentamente
A loucura que se espalhava pelo mundo

O esplêndido liquido rubro
Que vazava dos corpos carecidos de vida. 
E os colecionadores de mentes,
Que suturavam os espíritos assombrados

Insolente, questionava cada alma 
Um macabro Caronte contemporâneo,
Nem vivo, nem morto
Comandado por alguma nefasta sombra

Lá estavam cortesãs, 
Vestidas de luxúria e ódio,
E arquitetos do capricho,
Vaidosos seres desprovidos de sentimento
Eram todos observados
Consumidos por olhos sobrenaturais.

Poetas embriagados
Declamando suas fraquezas,
Heróis quebrando correntes
E homens beijando as faces de seus demônios
Voara sobre eles,
Silencioso e vigilante, respirando o ar
Respirando os odores de fornicação,
E o nauseante cheiro de insanidade

Cruel em seu julgamento
Considerava a todos como párias de um deus desajustado
Não demorou, Voou alto
Ir para um mundo onde as histórias dos seres
Sejam mais simples e menos melancólicas. 
Foi-se, apenas satisfeito.

(Giuseppe Neto)

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