Encontro-me neste perpétuo brilho sepulcral
Costurando, diabólico, um discurso atravessado:
-Dói-me existir. Sinto rebelar a alma: Sinto espasmos!
"O que me mostram é insuficiente e não mais me satisfazem a essência dos instantes.
"Perdi-me criança. Jovem imaculado e vítima da limitação humana;
Renunciei a realidade e afundei no desespero das dimensões extra-terrenas;
Deixei de me entregar: eu queria o mundo.
A poesia que eu escrevia não era por mim vivida.
"Fiz-me encontrar nefanda semente incestuosa,
beijei os lábios de Lúcifer como se fora meu amante:
criei caprichos e desejos!
"Estou cercado de corpos estranhos,
faces moldadas pela chuva - movem suas bocas fantasmagóricas, desejam-me!
Esqueci as canções dos homens e me quedei cego com a luz do amanhecer.
Já sem a realidade, estava eu sem pátria: vagava!
"Encontrava-me com muito da vida e pouco do mundo.
Minha alma lamentava, estava inquieta - dei a ela o nome de Helena!
Servi a ela doces letárgicos. Caí no abismo da minha mente e neguei o resto.
"Quando as palavras se tornam esboços,
os homens esticam seus longos pescoços para o abismo contemplarem.
Dê-me o éter e o som da minha danação
Tornarei-me um íngreme gume e cultuarei deuses pagãos;"
-Vejo adiante um farol: caminho em sua direção.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Devaneios I
Farol
Eis que surge um ominoso totem de ferro!
Ergue-se a majestade, impondo-se aos céus -
o qual penetra, jubiloso!
Agulha de Atlas,
Luz infinda e lancinante.
Minha utópica moradia.
Eis que surge um ominoso totem de ferro!
Ergue-se a majestade, impondo-se aos céus -
o qual penetra, jubiloso!
Agulha de Atlas,
Luz infinda e lancinante.
Minha utópica moradia.
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