domingo, 1 de setembro de 2013

Madrugada

Eis-me aqui, a mercê de Nix e Morfeu.
Aconchegado sobre o nublado e ébrio céu negro.
Eternizando-me no suave e confortante breu.

Lassidão que domina, Cólera faminta. 
Penumbra insistente, onde encontrei meu próprio ser
Companheira Madrugada, profana e secreta, contigo eu ei de viver.

Primitiva sensação, Existência:
-Que melhor amante do que a própria madrugada?
Ela, que embala o sono dos conventos e cobre os olhos da moral.

Acolhe, Madruga, os poetas
Porque a noite é dos vândalos,
É dos artistas impertinentes que vivem na borda do mundo

Vil Madrugada,
De presença cálida, erótica e misteriosa
Emana tua aura sobre nossos corpos nus.
Nativo brilho da lua, que desperta minha luxúria,
Encanta e infesta-me da pura desordem.

Minha amante Madrugada, que une poetas e putas
Mendigos e loucos, boêmios e outros poucos.


Perigosa Madrugada, que me faz amar. 

(Giuseppe Neto)

Um comentário: