Eis-me aqui, a mercê de Nix e Morfeu.
Aconchegado sobre o nublado e ébrio céu negro.
Eternizando-me no suave e confortante breu.
Lassidão que domina, Cólera faminta.
Penumbra insistente, onde encontrei meu próprio ser
Companheira Madrugada, profana e secreta, contigo eu ei de
viver.
Primitiva sensação, Existência:
-Que melhor amante do que a própria madrugada?
Ela, que embala o sono dos conventos e cobre os olhos da moral.
Acolhe, Madruga, os poetas
Acolhe, Madruga, os poetas
Porque a noite é dos vândalos,
É dos artistas impertinentes que vivem na borda do mundo
Vil Madrugada,
De presença cálida, erótica e misteriosa
Emana tua aura sobre nossos corpos nus.
Nativo brilho da lua, que desperta minha luxúria,
Encanta e infesta-me da pura desordem.
Minha amante Madrugada, que une poetas e putas
Mendigos e loucos, boêmios e outros poucos.
Minha amante Madrugada, que une poetas e putas
Mendigos e loucos, boêmios e outros poucos.
Perigosa Madrugada, que me faz amar.
(Giuseppe Neto)
Muito bom.
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