Eis que surge a Morte - tão bela, em suas vestes negras;
Sentindo o fedor da minha alma, sibilando
incontrolada.
Eu a vejo. Vejo seus olhos. Vejo suas
formas
- um pássaro de feições
antropomórficas
Eu vejo a bruma que a envolve em candura
E o ensejo na minha falha.
Aí está ela!
Quando abro meus olhos, já está sobre
mim
como uma fleumática tormenta.
Seus dedos que outrora tocavam o alaúde
eterno,
são navalhas na minha carne.
Meu corpo apoiado em tuas idílicas asas
Chora.
Cada gota é como uma agulha,
rasgando as sedas, riscando a carne;
Cai teu sangue, banhando-me do manto
carmesim.
Do manto no qual me apresento perante
Eaco, Radamanto e Minos.
Neste mesmo lugar, que já é meu altar e
tumba.
Minha cova: um festim para os abutres! Um
banquete para os vermes!
Em meu leito, eu vomito toda cólera e
sofrimento;
Perco meu ar, entrego-me a inércia;
Aceito o manto
E em um rudimentar assovio minha vida
acaba.