quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A Última Taça

A última taça de vinho é terrível,
é a despedida!
O beijo em brasa que deixa a carne ardendo,
Afoita, mas ainda assim enfastiada!

A última taça de vinho é magnífica,
É o cálido beijo da prostituta langorosa;
A derradeira felicidade do dia,
O ápice do despropósito!

A última taça de vinho é absurda;
que enfraquece minha carne contumaz,
laboriosa e letárgica, instintiva!
É o vil outono da penúria!

Transborda vida e candura;
Sê a ambrosia deste miserável,
tu que vens ludibriando,
ora taça cheia, ora colo de uma mulher.

A última taça de vinho é rir,
Rir de tão insignificante,
desta que é tanto embriaguez


quanto epitáfio.

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