Eu navegara demais: acabei-me por cair do mundo.
Navegante de sonhos eu sou,
Ancorado à mínguas docas oníricas,
Procurei a plenitude para meu espirito
Afoguei-me na poesia da terra,
que levantara-se - caminhando mesmo!
Suas pálpebras rochosas revelaram olhos:
um mármore frio e incólume.
Ouvi uma voz irada, quase onipresente:
-ÉS TREVA! PÉSSIMO! O PIOR!
"ESTÁS NO ESCURO! SILENTE!"
"Mas não importa, tudo é tormenta"
Apaziguou.
Despedaçou-se num escandaloso gemido:
era algum estúrdio demônio;
Mordendo o fruto do mundo;
Alguma serpente libidinosa, satânica!
Meu chão se esfarelou e quedei-me ao nada.
Flutuando no vazio deixado pelo mundo,
Que ficara jorrado -jorrada! - e caído
Com uma pequena pétala na mão.
(Giuseppe Neto)
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